São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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BC liquida banco e distribuidora em SP

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central decretou ontem a liquidação extrajudicial do BFI (Banco de Financiamento Internacional) e da BFI Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, com sede em São Paulo.
Também foi liquidada ontem a Nova Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, de Belo Horizonte (MG).
Segundo o chefe-adjunto do Depad (departamento do BC que cuida de liquidações e intervenções), João Muffato, um dos controladores do BFI é Roberto Calmon de Barros Barreto Filho -sobrinho do banqueiro Ângelo Calmon de Sá-, que já teve a indisponibilidade de bens decretada com a intervenção no Banco Econômico.
Cartas de crédito
O BFI foi liquidado porque não pagou uma carta de crédito (espécie de operação de fiança) ligada a financiamentos de importação no valor de R$ 2,9 milhões, vencida em 15 de abril. O BC teve que honrar esse pagamento.
"O BFI é um banco de pequeno porte, com apenas uma agência, cerca de 50 clientes e depósitos a prazo da ordem de R$ 1,8 bilhão", afirmou Muffato.
Mas o prejuízo para o BC pode ser bem maior. O BFI carrega cerca de R$ 40 bilhões em cartas de crédito vinculadas a importações.
O BC terá que pagar esses compromissos, no caso de os importadores ficarem inadimplentes.
Advertência
Segundo Muffato, o BFI já havia sido advertido em janeiro pelo BC porque considerava como sadios créditos inadimplentes.
Foram declarados indisponíveis os bens dos três controladores do BFI -Roberto Calmon, Paulo Suplicy de Barros Barreto e Pedro Suplicy de Barros Barreto-, além do ex-administrador Sebastião Antunes Ferreira.

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