São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tom Savini maquia "A Noite dos Mortos-Vivos"

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Se "A Noite dos Mortos-Vivos" (1968), de George Romero, não fosse um filme de terror, podia muito ser bem ser assinado por John Cassavetes.
Romero tirou do gênero a fantasia e instaurou o reinado do realismo. Não que ali não haja fantasia, mas ela se vincula menos ao imaginário (como "Drácula" ou "Nosferatu", por exemplo) do que ao vivido.
E mesmo os mortos-vivos são seres dotados de uma tristeza tão grande que o sentimento dominante, no espectador, não é de medo ou angústia, mas de dor e amargura.
O próprio Romero produziu o "remake" feito em 1990, que a Bandeirantes exibe hoje às 15h15. Nesse meio tempo, entre 1968 e 1990, o "Mortos-Vivos" original havia se tornado um clássico, o tipo de filme que merece ser refilmado.
Romero entregou a direção a Tom Savini, seu maquiador. Fora as mudanças no final, Savini seguiu o original com fidelidade.
Mas ninguém dirá que é o mesmo filme. Savini evita as sangueiras que se tornaram de lei no gênero, nos últimos tempos.
Mas dá ênfase a uma série de efeitos em que a mão do maquiador se deixa mostrar.
O tom essencial do filme de Romero, o despojamento absoluto que ajudava a criar a atmosfera fortíssima, já não é o que vigora aqui.
No entanto, o fã de filmes de horror tem a ver hoje, na sessão apresentada por Zé do Caixão, um produto diferenciado.
(IA)

Texto Anterior: Canal Multishow exibe curtas nacionais
Próximo Texto: 'Dama do Lago' é radical
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.