São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996 |
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Tom Savini maquia "A Noite dos Mortos-Vivos"
INÁCIO ARAUJO
Romero tirou do gênero a fantasia e instaurou o reinado do realismo. Não que ali não haja fantasia, mas ela se vincula menos ao imaginário (como "Drácula" ou "Nosferatu", por exemplo) do que ao vivido. E mesmo os mortos-vivos são seres dotados de uma tristeza tão grande que o sentimento dominante, no espectador, não é de medo ou angústia, mas de dor e amargura. O próprio Romero produziu o "remake" feito em 1990, que a Bandeirantes exibe hoje às 15h15. Nesse meio tempo, entre 1968 e 1990, o "Mortos-Vivos" original havia se tornado um clássico, o tipo de filme que merece ser refilmado. Romero entregou a direção a Tom Savini, seu maquiador. Fora as mudanças no final, Savini seguiu o original com fidelidade. Mas ninguém dirá que é o mesmo filme. Savini evita as sangueiras que se tornaram de lei no gênero, nos últimos tempos. Mas dá ênfase a uma série de efeitos em que a mão do maquiador se deixa mostrar. O tom essencial do filme de Romero, o despojamento absoluto que ajudava a criar a atmosfera fortíssima, já não é o que vigora aqui. No entanto, o fã de filmes de horror tem a ver hoje, na sessão apresentada por Zé do Caixão, um produto diferenciado. (IA) Texto Anterior: Canal Multishow exibe curtas nacionais Próximo Texto: 'Dama do Lago' é radical Índice |
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