São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996
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Protesto vira quebra-quebra em Belém

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM (PA)

Um grupo de 60 estudantes invadiu e provocou um quebra-quebra por voltas das 12h30 de ontem na Secretaria de Justiça do Estado do Pará, em Belém.
Eles participavam da passeata de protesto contra o massacre dos sem-terra em Eldorado de Carajás.
Cerca de 5.000 pessoas, segundo a PM (10 mil segundo os estudantes) se concentraram em frente à Basílica de Nazaré e seguiram em caminhada à praça da República.
Partidos políticos, igrejas, entidades de defesa dos direitos humanos e sindicatos organizaram a manifestação na praça da Basílica.
Servidores federais em greve e estudantes insatisfeitos com a política de Educação do governo do Estado que, antes do massacre, já haviam agendado a sexta-feira como dia de protesto se juntaram à manifestação.
Quando passaram em frente ao prédio da Secretaria de Justiça, os estudantes apedrejaram portas e janelas, invadiram o prédio e quebraram móveis.
Não houve confrontos ou feridos. A polícia não reagiu.
Um dos estudantes trouxe para fora da secretaria o quadro com a foto oficial do governador Almir Gabriel, que foi quebrado sob aplausos do público.
As paredes da secretaria foram pichadas com frases como "Fora Almir" e "Almir assassino".
No final da passeata, já na praça da República, os estudantes provocaram cerca de 300 policiais militares que permaneciam em frente ao prédio do 2º Batalhão da PM.
Foram atiradas pedras, das quais os policias -sem escudos protetores- apenas desviavam. Não houve nenhum tipo de reação. Os estudantes atiraram contra os policiais também um coquetel Molotov.

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