São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996
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Advogado responsabiliza União

DO ENVIADO ESPECIAL A CURIONÓPOLIS

O advogado do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), José Eduardo Greenhalgh, disse ontem que irá entrar com uma ação de responsabilidade civil contra a União e governo do Pará.
"A responsabilidade é partilhada entre os governos federal e estadual", afirmou o advogado, após visita ao local do massacre. Emocionado, Greenhalgh ouviu relatos das mortes feitos pelos sem-terra.
O presidente nacional do PT, José Dirceu, que também esteve ontem em Eldorado de Carajás, acusou o governo FHC pelo massacre. "Isso é pistolagem oficial do governo federal", disse.
Acompanhado de uma comitiva de cinco senadores e oito deputados federais e estaduais, Dirceu discursou pela manhã para um grupo de sem-terra que permanecia junto à rodovia PA-150, onde aconteceu o confronto com a PM.
"Vocês queriam terra, olhe o que o governo deu a vocês", disse ele, mostrando cartuchos recolhidos junto às margens da estrada.
Dirceu disse que o PT não está usando o conflito para se promover. "Não tem exploração política, tem solidariedade." Segundo ele, "onde tiver uma bandeira do MST, vai ter um petista".
Dirceu afirmou que "é uma ilusão pensar que o movimento pela terra vai se abalar pelo massacre".
Ele desafiou o governo a apoiar mudança na legislação. "Já que o governo tem maioria no Congresso, por que não trabalha para mudar as leis e favorecer quem quer de fato trabalhar na terra?"

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