São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996 |
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Pesquisa vai definir terras
DO ENVIADO ESPECIAL; DA FOLHA SUDESTE A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) anunciou ontem que a Igreja Católica vai fazer uma pesquisa para saber a real extensão de suas terras.Segundo a nota da CNBB, o estudo vai apurar "a extensão exata das terras, seu parcelamento em módulos menores, como são cultivadas, para que se destina o seu uso, quantas pessoas nelas vivem ou trabalham". O objetivo da pesquisa é contestar o argumento de que a "Igreja Católica tem muitas terras no Brasil, e que em consequência não tem autoridade para urgir a reforma agrária sem que antes a faça em suas terras". Apesar de não citar nominalmente a Folha, a nota contesta a reportagem "Igreja poderia assentar mais de 20 mil famílias", publicada em 10 de março deste ano, que afirmava que a igreja possuía 330,6 mil hectares de terras agrícolas. Em 15 de março, a Folha publicou reportagem com a contestação do secretário-geral da CNBB, d. Raymundo Damasceno Assis, dizendo que só 195 mil hectares poderiam ser usados na reforma, porque as demais áreas eram pequenas. Na nota de ontem, a CNBB reafirma essa argumentação. Segundo ela, a reportagem tem dois erros: ela se baseia na suposição de que as terras da Igreja seriam contínuas e que possuiriam apenas um dono. A CNBB argumenta que as propriedades estão espalhadas pelo país e que pertencem a instituições religiosas distintas. O documento diz que as terras de instituições religiosas estão repartidas em 11.801 propriedades, das quais 9.582 têm menos de 10 hectares -o mínimo para um lote de reforma agrária. Texto Anterior: Invasões dos sem-terra dividem bispos Próximo Texto: CNBB divulga nota sobre as áreas da igreja Índice |
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