São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996
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FHC diz que governo não pode fazer tudo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse a um grupo de parlamentares que "é preciso repartir as tarefas, não só da reforma agrária quanto da apuração dos delitos."
A afirmação foi feita pelo porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, depois do encontro, realizado no Palácio do Planalto.
Durante a reunião, o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), defendeu a formação de uma comissão suprapartidária para defender o assunto. Os parlamentares se dispuseram a criar uma "força tarefa" para acelerar a votação de projetos.
FHC disse ainda que "o Executivo não pode resolver tudo sozinho e que é preciso que haja um entendimento sincero entre os partidos" para resolver a questão.
Segundo Sergio Amaral, o presidente afirmou que "está disposto a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para pôr fim a essa situação de violência e impunidade".
Ele disse ainda que, se preciso, o governo vai repassar mais verbas, além da dotação orçamentária de R$ 1,7 bilhão do Incra, para garantir o processo de reforma agrária e o assentamento de 60 mil famílias neste ano.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), porta-voz da comissão, disse que "está para ver que ele (FHC) faça isso com o mesmo vigor e rapidez com que tratou a questão do socorro aos bancos".
A comissão levou ao presidente seis fotos tiradas por um fotógrafo que teve acesso ao IML (Instituto Médico Legal) de Marabá, mostrando cadáveres de sem-terra.
FHC espalhou as fotos em sua mesa e ficou alguns instantes parado, observando-as. Ao final, exclamou: "Inaceitável!".
Ministro
O presidente afirmou aos parlamentares que "não tem compromisso com nome ou partido" para suceder Andrade Vieira no Ministério da Agricultura.
Suplicy sugeriu que o presidente acolhesse sugestões do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para o ministério, pois, segundo ele, tem de ser um nome "com sensibilidade para a reforma agrária".
O senador elogiou o nome do ex-presidente do Incra, Francisco Graziano, para ocupar o cargo.

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