São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996 |
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EUA confirmam presença de toxina em pacientes do IDR Pesquisadores de Ohio examinaram as vítimas e a água FÁBIO GUIBU
A informação é do secretário da Saúde Jarbas Barbosa. Segundo ele, os exames não confirmaram a presença da toxina na água que foi tratada. O produto usado pela clínica não tinha tratamento. A microcistina-LR, produzida por uma microalga comum em mananciais do Nordeste, foi encontrada, segundo Barbosa, na barragem Tabocas, que abastece Caruaru, no carro-pipa que levava o produto ao IDR e no reservatório da clínica. A toxina, que teria contaminado 126 doentes renais e provocado até ontem 38 das 42 mortes registradas desde 20 de fevereiro, foi detectada também em seis amostras de fígado e nove de sangue remetidas aos EUA para análise. "O laudo confirma a hipótese de que o problema foi localizado", afirmou o secretário. Os diretores do IDR suspeitavam que a contaminação fosse mais abrangente, por causa dos sintomas apresentados por pacientes do Inuc, que seriam semelhantes aos dos doentes intoxicados. O mesmo carro-pipa que abasteceu o IDR, suspeita o secretário Barbosa, também teria levado o produto para o Inuc, "em menor quantidade e em período restrito". Para o advogado dos diretores do IDR, Gilberto Marques, "a culpa é da barragem de Tabocas. A partir daí, fica evidente que houve um acidente". Segundo ele, como a culpa "é da barragem de Tabocas, e represa não é gente, ela não poderá ser incriminada." "Não há relação entre as mortes e a conduta de meus clientes." As duas clínicas de Caruaru estão fechadas por decisão da Secretaria de Saúde. Além da secretaria, investigam o caso a Polícia Civil, o Cremepe (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco) e uma CPI instalada pela Assembléia Legislativa. Os resultados serão divulgados no final do mês. (FG) Texto Anterior: Governo estuda abrir crédito para financiar equipamentos Próximo Texto: CRM faz vistoria em SP Índice |
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