São Paulo, terça-feira, 23 de abril de 1996
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Vale pára pesquisa em Serra Pelada

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURIONÓPOLIS; DO BANCO DE DADOS

Garimpeiros ameaçavam quebrar máquinas
As empreiteiras que prestam serviço para a Companhia Vale do Rio Doce paralisaram na noite de ontem as 12 sondas no garimpo de Serra Pelada. A paralisação durou duas horas.
A medida teria sido tomada por pressão dos garimpeiros, que ameaçavam invadir o local e quebrar os equipamentos.
Eles bloquearam o principal acesso à entrada de Serra Pelada na tarde de domingo. Ontem, o bloqueio mantido não surtiu efeito, porque a empresa estaria utilizando três outras vias de acesso.
Os garimpeiros reivindicam a recuperação de área que alegam ser sua e que estaria sendo utilizada pela empresa. Eles ameaçavam ontem quebrar as sondas da Vale caso não houvesse negociação até o início da noite. Com a ameaça, as empreiteiras paralisaram a produção de ouro, e não houve invasão.
A Vale não se pronunciou a respeito da paralisação.
O presidente do conselho fiscal do sindicato, Eliezer Luís Jucá Soares, disse temer que a manifestação termine em "banho de sangue". Os garimpeiros decidiram em assembléia à noite que irão hoje até o local das sondas.
Rodovia
A rodovia PA-150, palco do conflito entre a PM e os sem-terra, já havia sido bloqueada por 15 mil garimpeiros em 1984.
Eles aguardavam a decisão do governo federal sobre a reabertura do garimpo manual em Serra Pelada. O garimpo manual acabou prorrogado por mais três anos pelo então presidente João Baptista Figueiredo.
Em fevereiro de 96, o governo anunciou o descobrimento de jazida subterrânea de ouro na região. A Vale diz que a mina não permite o garimpo manual, o que é contestado pelos garimpeiros.

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