São Paulo, domingo, 28 de abril de 1996
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Risco é fuga para o consumo

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

A baixa rentabilidade das aplicações financeiras é um desestímulo à poupança. Em consequência, pode ser um estímulo ao consumo, especialmente para pequenos e médios aplicadores.
E, se isso acontecer, estará ocorrendo um efeito inverso ao desejado pelo Banco Central em sua política de estabilização da moeda.
Com depósitos compulsórios e restrições às vendas a crédito, o Banco Central tem o objetivo de manter o consumo desaquecido, para sustentar a inflação baixa.
Assim, quanto mais baixa essa taxa básica, menor a despesa financeira, um item pesado no déficit das contas públicas.
O problema, portanto, é combinar esse resultado positivo para as contas do governo com melhores condições para quem aplica no mercado financeiro.
Pode-se supor que, estando a economia em ritmo muito lento, o BC tenha até interesse em reestimular o consumo. Por isso, deixaria cair tanto a rentabilidade das aplicações financeiras.
Mas se quisesse estimular o consumo, o caminho mais fácil seria reduzir compulsórios e suspender restrições nas vendas a crédito.
Com esses debates, o mercado financeiro aguarda os próximos movimentos do BC.

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