São Paulo, domingo, 28 de abril de 1996
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Executivos ainda indicam renda fixa

DA REPORTAGEM LOCAL

As altas taxas de juros das aplicações de renda fixa fazem dos fundos de investimento, dos CDBs (certificados de depósito bancário) e da caderneta de poupança opções mais atraentes que o dólar paralelo, dizem os especialistas.
Eduardo Santalucia, gerente de investimentos do Banco Sudameris, lembra que a poupança deu um ganho nominal de quase 40% no ano passado, e que o "black" valorizou-se apenas 13,64% no mesmo período.
"Não acho que dá para recuperar o prejuízo do paralelo só com a especulação dos últimos dias", diz Santalucia.
"Deve haver uma acomodação do ágio", aposta ele.
Para Ricardo Leonardos, diretor da Brasilpar Administração de Recursos, o paralelo continua sendo uma "fria", apesar da alta de 6,53% na semana passada.
"É uma alta momentânea, deve ficar por aí."
Não há crise política que justifique uma nova corrida ao mercado paralelo, diz Luís Eduardo de Assis, diretor de investimentos do Citibank. Para ele, o mercado está mais calmo com relação ao andamento das reformas econômicas no Congresso, após o anúncio da reforma ministerial.
Na verdade, o que há são doleiros e investidores subterrâneos tentando recuperar o fôlego devido às mudanças nas regras das contas de não-residentes, as CC-5 -por onde transitavam recursos ilegais.
"Não vale a pena tirar recursos da renda fixa para comprar dólar", afirma Jairo Prado, gerente de aplicações do Banco BCN. "O juro projetado dos CDBs, de 1,7% ao mês após o Imposto de Renda, supera em muito a inflação média de 1%.", justifica Prado.

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