São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 1996 |
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PM prepara depoimento favorável
LUCAS FIGUEIREDO
Um policial identificado como "cabo Ubiraci" procurou jornalistas se oferecendo para levá-los até o suposto sem-terra Avelino Germiniano, 42. A Folha foi até o batalhão da PM de Parauapebas, procurando pelo cabo Ubiraci e por Germiniano. O tenente Guerreiro ordenou que o cabo levasse a Folha até o suposto sem-terra. Sem farda, Ubiraci disse que o suposto sem-terra iria elogiar a PM por salvar sua vida. O cabo apontou a casa de Germiniano, no bairro da Paz, zona de prostituição da cidade. Pediu à reportagem que o levasse de volta ao batalhão e que retornasse depois, sem ele. "Senão, vão dizer que ele é informante da PM." A Folha se apresentou a Germininano dizendo ter sido enviada pelo cabo. Ele mostrou marcas de oito tiros, segundo ele disparados pela PM de Marabá. O suposto sem-terra disse que, após ter sido baleado, um soldado de Marabá o levou ao ônibus da PM e o ameaçou com um revólver. Terminada a operação, Germiniano teria sido retirado do ônibus para ser assassinado pela PM de Marabá, quando um oficial de Parauapebas interferiu. "O tenente Jorge, de Parauapebas, entrou no meio e disse: 'não era nem para bater nesse rapaz'." Germiniano afirmou que o tenente Guerreiro foi visitá-lo em casa um dia após o conflito. Ele disse temer ameaças de sem-terra por causa dos elogios à PM. Texto Anterior: Sem-terra têm malária Próximo Texto: Sem-terra põem fogo em casa Índice |
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