São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 1996 |
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Sem-terra põem fogo em casa
MYRIAN VIOLETA
Segundo Antônio Domingos, 32, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Corumbá, cerca de 800 sem-terra queimaram uma casa, destruíram várias cercas, trocaram tiros com encarregados das fazendas e abateram quatro cabeças de gado. Não houve feridos. A Polícia Militar não acompanhou o conflito. O major Luiz Ubiratan da Cruz, 38, comandante da PM em Corumbá, disse que a polícia não vai à área enquanto não houver determinação judicial. O vereador Wilson Cavalcanti (PMDB), 42, dono de uma das sete propriedades atacadas, disse que três casas foram queimadas. Segundo Domingos, os sem-terra decidiram invadir as propriedades dessa maneira para "pressionar os donos para entrarem em acordo com o Incra". O órgão deveria assentar 400 famílias em 10,6 mil hectares, mas os donos de 3.400 hectares contestam o processo na Justiça Federal há dez meses. Segundo Cavalcanti, o Incra propõe pagar apenas as benfeitorias, porque as terras pertenceriam ao próprio Estado. "Nós compramos essas terras, queremos receber por elas. Além do mais, o valor oferecido pelo Incra pelas benfeitorias é irrisório. Queremos um preço justo", disse. Texto Anterior: PM prepara depoimento favorável Próximo Texto: Jobim quer que Gabriel reforce inquérito Índice |
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