São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 1996
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Covas corta nove mil cargos de chefia na administração direta

Oposição critica falta de política de RH

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), desativa amanhã 9.000 cargos de chefia em autarquias e secretarias estaduais. A medida elimina dois níveis hierárquicos da administração.
Isso significa a desativação de metade dos cargos de comando, como diretorias técnicas ou administrativas e encarregados de serviço. A economia é estimada em R$2 milhões por mês.
O decreto foi publicado na sexta-feira passada no Diário Oficial do Estado e ainda não provocou alvoroço nos meios políticos.
Mas o governo está preparado para enfrentar uma eventual repercussão negativa que a medida possa ter. Na avaliação do líder do governo na Assembléia Legislativa, Walter Feldman (PSDB), o corte de cargos não deverá complicar mais a vida do governo.
"A medida é mais impopular dentro da estrutura do funcionalismo", explica Feldman, que comanda as negociações para a aprovação de projetos de lei do interesse do governo e que enfrentam resistências, como, por exemplo, a privatização de estatais.
Feldman explica que o governo já demitiu 40 mil funcionários públicos e que não deixará de redimensionar o Estado por eventuais pressões políticas.
A oposição ataca a falta de uma política de recursos humanos para os servidores.
Para o secretário-adjunto da Administração, Paulo Bressan, a medida é eficiente porque aproximará os prestadores de serviço da comunidade. Não haverá cortes em áreas como educação, saúde e administração de presídios.
A liderança do PT na Assembléia ainda está estudando os efeitos da medida. O líder do PMDB, deputado Milton Monti, quer ter certeza de que a medida não comprometerá a prestação de serviço à população.
O líder do PFL, Estevam Galvão, também não analisou profundamente o decreto, mas afirma que o Estado está deteriorado e que medidas como esta podem colocá-lo de volta nos eixos.

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