São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 1996
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Teahouse e Psycho lançam primeiro CD

Bandas paulistanas já são hit na MTV

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas bandas novas dividem as apostas de duas grandes gravadoras para o mês de maio.
Teahouse Band, contratada do selo Plug (BMG), e Psycho Drops, da Warner, acabam de lançar seus CDs de estréia.
As duas bandas têm histórias parecidas. Formadas em São Paulo em 1992, chegaram bem perto de assinar com selos do exterior.
Resgatadas pelas gravadoras nacionais, decidiram investir no mercado brasileiro, usando como arma o videoclipe.
Tanto "Leaving It All Behind", da Teahouse, quanto "Coroné Antônio Bento", dos Psycho Drops, estão em alta rotação na MTV.
Referências tão diferentes quanto Dead Kennedys e Beatles afastam os dois grupos. A Teahouse começou como uma banda de covers dos anos 60; os Psycho Drops ficam entre o punk e o hardcore.
Anos 60
"Estamos interessados em canções", diz o guitarrista Nelson de Oliveira, 24 -que forma um trio com Karen (baixo, vocais) e Raul (bateria).
Em "Remedy", baladas românticas ganham arranjos despojados, quase simplórios. O melhor são os vocais de Karen, sempre em inglês.
A vocalista tem uma explicação simples: o tempo em que viveu na Inglaterra, entre 88 e 90. "Foi quando eu comecei a escrever", conta. "Mas o inglês soa melhor."
A cantora não acha que a língua vá dificultar a aceitação do disco no Brasil. "Nosso pop é bem assimilável, em qualquer lugar."
Cantar em inglês é um problema para Ivan David, 25, vocalista dos Psycho Drops. Ou foi: de 1994 para cá, eles resolveram traduzir todas as músicas para o português.
"Cantar em inglês no Brasil não dá certo", diz Ivan. "A não ser que você faça sucesso lá fora primeiro, como o Sepultura."
A banda -além de Ivan, Ricardo Torelli (bateria), Fábio Bronco (guitarra) e Glauco Sanches (baixo)- chegou a gravar um disco em inglês, em 94.
"Another People", gravado por um selo francês, teve uma tiragem de 4 mil cópias. "Foi mal gravado", conta Ivan.
Depois disso, uma fita demo caiu nas mãos do cantor Sérgio Britto, dos Titãs. Acabaram assinando com a Warner.
Punk, hardcore e trash é o que se ouve em "Medo de Ninguém" -a exceção é a balada acústica "Estarei por Perto". "A meninada está querendo ouvir paulada, e nós estamos aí."

Disco: "Remedy", Teahouse Band
Lançamento: BMG
Preço: R$ 20 (o CD, em média)

Disco: "Medo de Ninguém", Psycho Drops
Lançamento: Warner
Preço: R$ 20 (o CD, em média)

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