São Paulo, quarta-feira, 1 de maio de 1996 |
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Apedrejamento causou chacina
SERGIO TORRES
O promotor José Muiños Piñeiro Filho disse, na apresentação da tese de acusação, que a chacina foi uma vingança contra os menores que, durante o tumulto, haviam apedrejado um carro da PM. Na confissão feita no julgamento, o réu Marcos Vinícius Borges Emmanuel disse que o ataque aos menores foi motivado pelas mesmas supostas agressões. Por volta das 17h30 do dia 22, na Candelária, o soldado Emmanuel prendeu Neíldo. Os colegas dele resistiram à prisão. A testemunha Wagner dos Santos disse que os policiais militares espancaram Neíldo dentro de um carro da PM. Os menores apedrejaram o carro. Um dos vidros quebrou. Emmanuel foi ferido, sem gravidade. A pedra que espatifou o vidro teria sido arremessada por Pimpolho, 11. Pimpolho e Neíldo foram levados à 1ª DP (Delegacia de Polícia), na praça Mauá (centro). Como não houve autuação na DP, os dois foram soltos. A liberação irritou Emmanuel, que, à noite, teria reunido Maurício da Conceição, Nelson da Cunha e Marcos Aurélio Alcântara para procurar os menores. Pimpolho morreu. Assustado com uma possível vingança, Neíldo não dormiu aquela noite na Candelária. Segundo o promotor Piñeiro Filho, já na delegacia os PMs ameaçavam os meninos. "Os menores foram avisados que naquela noite o 'cerol' ia passar", disse Piñeiro Filho no julgamento. Cerol é gíria que, no Rio, significa morte. (ST) Texto Anterior: Advogada acha pena injusta Próximo Texto: Pena divide especialistas Índice |
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