São Paulo, quarta-feira, 1 de maio de 1996
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Troféu Juca Pato está de volta no centenário de Belmonte

Indicações para o "Intelectual do Ano/95" começam hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

Começam hoje as indicações para o Troféu Juca Pato - Prêmio Intelectual do Ano/95. É a 32ª edição do prêmio, organizado pela União Brasileira de Escritores (UBE) e pela Folha.
O Troféu Juca Pato existe desde 1962, idealizado pelo escritor Marcos Rey. Entre os premiados estão o ex-presidente Juscelino Kubitschek, o atual, Fernando Henrique Cardoso, Sergio Buarque de Holanda, Antonio Callado, Gilberto Freyre e Rachel de Queiroz -a última premiada, em 1992.
Desde aquele ano, o prêmio estava suspenso. Retorna neste ano, junto com as comemorações dos cem anos do caricaturista Benedito Bastos Barreto, o Belmonte, criador da figura do Juca Pato.
"Este é um ano especial, por causa do centenário do Belmonte", diz o presidente da UBE, Fábio Lucas.
Votação
As indicações para o prêmio são feitas pelos associados da UBE. Para cada indicação, são necessárias as assinaturas de 30 membros. Esse processo será feito durante todo o mês de maio.
Em junho, são divulgados os nomes dos indicados, e começa a votação, que dura um mês. Ela é aberta a todos os escritores, independentemente de filiação à UBE.
Para votar, pessoalmente (para quem mora em São Paulo), ou pelo correio (para quem mora fora), é apenas necessário comprovar que é autor de um livro.
Segundo Fábio Lucas, o Prêmio Intelectual do Ano é mais do que um prêmio literário.
"O Juca Pato vai para alguém que tenha influenciado a sociedade ou a cultura brasileiras", afirma. De todo modo, é pré-requisito que o indicado ao prêmio tenha publicado alguma obra em 1995.
Belmonte
Além de caricaturista, Belmonte foi desenhista, pintor, escritor e historiador. Até sua morte, em 1947, trabalhou nos jornais da Empresa Folha da Manhã S/A, que edita a Folha.
Ao lado de Juca Pato -um homem calvo de óculos redondos-, Belmonte criou por exemplo as figuras que ilustram as histórias infantis de Monteiro Lobato.
O personagem Juca Pato -José da Silva Pato, em seu surgimento em maio de 1925, nas páginas da "Folha da Manhã"- foi criado como um crítico da burocracia e da corrupção.
"Nas monarquias, o rei reina e não governa. Mas, nas repúblicas, o governo precisa governar", despejava o personagem em sua coluna, "Desabafos do Juca Pato".
Símbolo
Com o lema "podia ser pior" e seu fraque "tapa-miséria", Juca Pato virou símbolo na cidade, um "símbolo dos oprimidos".
Segundo relata a pesquisadora Andréa de Araújo Nogueira, já em 1926 "tudo na cidade levava seu nome": um bar na av. São João, broches, cigarros, cavalos de corrida, aperitivos de bar.
Informações sobre o Troféu Juca Pato podem ser obtidas na UBE, pelo telefone (011) 259-9843.

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