São Paulo, quarta-feira, 1 de maio de 1996
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UM PASSO

A condenação de um dos réus pelo massacre da Candelária representa um tímido avanço no campo do respeito aos direitos humanos no Brasil. É, ademais, um pequeno passo na luta contra a impunidade que, lamentavelmente, é quase que uma constante quando os massacrados são pobres e excluídos da sociedade.
É de se esperar que pelo menos desta vez as apurações e devidas punições atinjam pelo menos alguns dos responsáveis por uma chacina atroz e hedionda perpetrada contra menores e por um motivo fútil.
É claro que ainda restam muitas dúvidas a ser esclarecidas até mesmo para as repentinas confissões por parte de policiais militares envolvidos no massacre.
É mais do que evidente, contudo, que tanto a Justiça como as polícias brasileiras ainda têm um longuíssimo caminho a percorrer para redimir-se de tantos e tão hediondos massacres e chacinas que passaram absolutamente impunes, como o Carandiru, Corumbiara e mais recentemente Eldorado do Carajás, para citar ao menos alguns de uma lista que, infelizmente, parece não ter fim.
É preciso agora que os demais responsáveis por essa chacina e por tantas outras também venham a ser devida e exemplarmente punidos, a fim de que o país demonstre que deixou de ser o reino da impunidade e que os direitos humanos, incluindo o mais elementar deles, o direito à vida, devem ser efetivamente respeitados.

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