São Paulo, quinta-feira, 2 de maio de 1996
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Navios dos EUA se aproximam da Libéria

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Navios de guerra dos EUA se aproximaram ontem da costa da Libéria, um dia depois de fuzileiros navais norte-americanos terem matado três liberianos em tiroteio perto da embaixada de seu país em Monróvia.
Helicópteros da Marinha fizeram diversos vôos entre a embaixada e os navios, vistos pela primeira vez em dez dias a olho nu desde Monróvia.
O Departamento de Estado disse que as tropas norte-americanas na Libéria não têm ordens para atacar guerrilheiros liberianos em combate pelo controle político do país.
A Libéria, na costa ocidental da África, foi fundada por ex-escravos norte-americanos em 1847 e tem estado em guerra civil há seis anos.
Pelo menos 150 mil pessoas morreram no conflito, que é semelhante ao da Somália, com diversos grupos armados (pelo menos seis) em confronto e nenhum deles com claro domínio da situação.
Cerca de 3.000 militares dos EUA estão prontos para entrar em ação. Em torno de 200 já estão em território liberiano.
Combates
Um cessar-fogo de dez dias havia sido quebrado na segunda-feira, e tiroteios ocorrriam em toda a cidade horas antes do conflito que envolveu os soldados dos EUA.
A maioria dos cidadãos norte-americanos na Libéria deixou o país quando a situação político-militar começou a se deteriorar, no início do mês de abril.
A Embaixada dos EUA em Monróvia está sendo procurada por centenas de pessoas que tentam se refugiar lá.
A Cruz Vermelha Internacional disse estar tratando de dezenas de feridos nos combates dos últimos dias, inclusive crianças.
A principal organização guerrilheira na Libéria é a FPN (Frente Patriótica Nacional), liderada por um descendente de escravos norte-ameriicanos. Foi ela quem deu início à guerra civil, em 1989.

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