São Paulo, segunda-feira, 6 de maio de 1996
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Poluição total nunca vai acabar

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O superintendente do Projeto Tietê na Sabesp, José Carlos Ribeiro Leite, diz estar preocupado com a imagem distorcida do projeto junto à população.
"É preciso acabar com a imagem de que, no final do projeto, o Tietê vai estar totalmente limpo. A carga de esgoto vai continuar a ser brutal. O rio vai deixar de ser morto, mas vai continuar poluído", afirma. Ele atribuiu essa "imagem distorcida" ao trabalho de divulgação do projeto feito em seu lançamento.
"A prioridade é a saúde pública. Fazendo as ligações domiciliares de esgoto e as redes coletores, estamos retirando o esgoto da porta das casas e diminuindo as chances de transmissão de doenças. Atualmente 60% das internações pediátricas no país são por doenças de veiculação hídrica", diz."
Poluição difusa
Leite afirma que a poluição do Tietê não é proveniente apenas de esgoto. Segundo ele, quando chove, aumenta a carga de "poluição difusa" que atinge o rio. "Poeira, lixo, poluição do ar, borracha dos pneus que fica no asfalto, tudo vai para o rio."
Ele faz uma comparação com os rios Sena, em Paris, e Tâmisa, em Londres. "Os projetos de despoluição nesses rios começaram há mais de 50 anos. Mesmo havendo navegação, ninguém pesca ou nada nesses rios, que ainda são poluídos, apesar da redução nos níveis de contaminação", afirma.
(ARF)

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