São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
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Crítico destaca brasileiros e cubanos

CELSO FIORAVANTE
DA REDAÇÃO

O crítico espanhol Octavio Zaya termina hoje, no Rio, sua visita ao Brasil. Deve escolher as sete (talvez oito) galerias que comporão a representação brasileira no panorama latino-americano de Arco 97.
Esta feira espanhola de arte contemporânea, a maior do país, dedicou sua 16ª edição à América Latina. O evento acontece entre 13 e 18 de fevereiro.
Zaya destaca hoje a produção artística de brasileiros, cubanos e colombianos. "Eu não entendo a arte como uma questão geográfica ou nacional, mas se devo classificá-los eu diria que os artistas emergentes que mais me interessam estão entre Brasil, Cuba e Colômbia. Há um frescor criativo aliado à profundidade e à complexidade das questões colocadas e do discurso artístico que não acontece, por exemplo, com a maioria dos artistas argentinos. Cuba e Brasil ainda levam vantagens pois assumiram um sincretismo cultural que não existe na mesma medida em outros países", disse à Folha. "Entre os artistas jovens de hoje há uma opção muito mais forte, que investe de uma maneira muito mais contundente na realidade do que o fizeram, por exemplo, os artistas dos anos 80, que sublinhavam o papel heróico do artista e o gesto sacrossanto de sua mão. Essa não é mais a questão, porque o artista se questionou, o papel da arte foi questionada, toda autoridade foi questionada."
Zaya criticou ainda o discurso artístico centralizado desenvolvido na Europa e EUA. "Cada vez que se conhece um artista emergente, ele é colocado em referência ao Ocidente e não a seu próprio contexto, como todos fossem miméticos das correntes de NY ou européias. Acham que tudo aqui é reflexo do Ocidente", disse.

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