São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Senado espera dados do TCU para decidir sobre acordo

Demora pode chegar a duas semanas, segundo Gilberto Miranda

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Está suspenso mais uma vez o andamento, no Senado, da operação de socorro ao Banespa. A medida representa uma derrota do Palácio do Planalto e do governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), que consideravam o acordo encaminhado.
O projeto, que prevê injeção de R$ 15 bilhões no banco, só voltará a tramitar depois que o TCU (Tribunal de Contas da União) envie ao Senado informações sobre o banco, atendendo requerimento do senador Osmar Dias (sem partido-PR).
Líderes do governo no Senado avaliam que ainda não há maioria segura para a votação do projeto e aconselharam o recuo ao relator, senador Pedro Piva (PSDB-SP), favorável ao acordo.
"Não se pode forçar a barra", afirmou o vice-líder do governo, José Roberto Arruda (PSDB-DF), presente à reunião com Piva, juntamente com os líderes do governo, Elcio Alvares (PFL-ES), e do PSDB, Sérgio Machado (CE).
"O projeto está fora de pauta até que o TCU forneça as informações sobre o banco", afirmou ontem o presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado), Gilberto Miranda (PMDB-AM).
Segundo o senador, a suspensão deve durar de uma a duas semanas. Depois disso, o projeto volta para a comissão, onde enfrentará mais resistências.
O senador Esperidião Amin (PPB-SC) anunciou que irá pedir prazo para analisar o projeto, o que irá atrasar em mais um dia a votação do acordo.
Primeira vez
A tramitação do acordo do Banespa havia sido suspensa pela primeira vez no dia 9 de abril, quando o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), atendeu a pedido de Osmar Dias para que o TCU prestasse informações sobre o banco.
Uma semana depois, senadores envolvidos com o caso fecharam um acordo político para a volta da tramitação do projeto de socorro ao Banespa.
Ontem, porém, Dias voltou a insistir que o tribunal envie as informações pedidas.
Sarney determinou a nova suspensão do andamento do acordo, conforme determina o artigo 118, parágrafo 4º do regimento interno do Senado.
"Não sei o que aconteceu", afirmou o senador Pedro Piva, que pretendia apresentar ontem seu parecer favorável ao acordo.
O Banespa sofreu intervenção em dezembro de 94, quando o rombo chegava a R$ 9,3 bilhões. O buraco do banco continua a crescer em razão dos juros e já alcança aproximadamente R$ 17,5 bilhões.

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