São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Tarifa de ônibus e metrô deve subir 23%

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As tarifas de ônibus e metrô da cidade de São Paulo devem subir 23% no dia 15 de junho.
Os ônibus passariam de R$ 0,65 para R$ 0,80, e o metrô, de R$ 0,80 para R$ 1 (valores novos arredondados). Trens urbanos e ônibus intermunicipais podem acompanhar o aumento.
A prefeitura ainda estuda a possibilidade de dividir o reajuste dos ônibus em duas vezes -parte em junho e parte em julho.
A decisão final sobre os reajustes depende da negociação com os motoristas e cobradores.
O último aumento dos transportes de São Paulo aconteceu em 19 de junho do ano passado, quando as tarifas foram reajustadas em 33,33%. Na ocasião, subiram junto os ônibus, o metrô e os trens metropolitanos.
Discussão em Brasília
Na semana passada, o secretário municipal dos Transportes de São Paulo, Carlos de Souza Toledo, reuniu-se com técnicos do Ministério da Fazenda para discutir o aumento das tarifas.
A área econômica quer adiar para junho o aumento das passagens de São Paulo. A idéia é diluir o impacto nos índices de inflação, pois, em maio, devem subir as tarifas de ônibus e metrô administradas pelo Estado do Rio de Janeiro.
Em princípio, Maluf teria concordado em só reajustar a tarifa em junho. Ele não estaria disposto a assumir o ônus de contribuir para elevar o índice de inflação em ano eleitoral.
Impacto na inflação
Segundo estimativa de técnicos da Fazenda, o aumento de 23% elevaria em 0,93 ponto percentual o índice da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Mesmo assim, fica abaixo do pedido pelas empresas de ônibus -que queriam remuneração média de R$ 0,85 por passageiro.
Elas reclamam que, de março de 95 e março de 96, caiu em 9% o número de passageiros transportados pelo sistema.
O objetivo da Prefeitura de São Paulo é, junto com o aumento, acabar com o chamado subsídio econômico ao transporte por ônibus, que consumiria cerca de R$ 8 milhões por mês.
Atualmente o passageiro paga R$ 0,65 na catraca. A prefeitura injeta subsídio de R$ 0,05 por passageiro e as empresas recebem remuneração média de R$ 0,70.
Deverá ser mantido apenas o subsídio social. Esse é o dinheiro repassado pela São Paulo S/A (estatal gerenciadora do sistema) para cobrir a gratuidade a idosos e as meias passagens de estudantes.
A Folha apurou que o governo paulista se comprometeu a só elevar as tarifas de metrô, trens urbanos e ônibus intermunicipais em junho. O percentual deve ser igual ao aplicado pela prefeitura.
A assessoria de imprensa da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, que controla o metrô, informou que só será possível definir o aumento do bilhete quando as negociações sobre o índice de reajuste dos metroviários, ainda em curso, chegarem ao fim.
O secretário municipal dos Transportes, Carlos Toledo, foi procurado ontem em seu gabinete, mas, segundo sua assessoria, não estaria autorizado a falar sobre o assunto.

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