São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Reforma ministerial faz a Bolsa reagir

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O Índice Bovespa registrou, ontem, alta de 2,54%. Os operadores acreditam que o mercado acionário tem condições de repetir os bons resultados do mês passado.
Os operadores disseram que os investidores externos voltaram a aplicar nas Bolsas com as mudanças ministeriais. Em abril, houve entrada líquida (investimentos menos retiradas) de R$ 316,5 milhões de dinheiro estrangeiro na Bolsa de Valores de São Paulo.
Há a expectativa de que o governo aprove a reforma da Previdência e a administrativa com a ajuda dos novos ministros. Foi bem recebida pelo mercado, por exemplo, a indicação do deputado Francisco Dornelles (PPB-RJ), que tomou posse ontem como ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo.
Ontem, foi dia de polêmica entre o presidente da Bolsa paulista, Alfredo Rizkallah, e a diretoria do Banco do Brasil. Rizkallah distribuiu nota colocando dúvidas sobre o objetivo do BB ao oferecer bônus na véspera do encerramento da subscrição de ações do banco oficial.
Diretores do BB mostraram-se surpresos com o questionamento, argumentando que o presidente da Bolsa estaria servindo a interesses de bancos privados.
A Bovespa pediu tempo para que os acionistas "considerem todas as implicações da medida". O BB não prorrogou o prazo -que terminou ontem- de preferência de subscrição pelos atuais acionistas.
Há a expectativa também de sucesso no leilão de privatização da Light no próximo dia 21. O mercado já comenta o interesse de grupos como Camargo Corrêa, Iven e 11 fundos de pensão em participar do leilão da Light.
O governo anunciou ontem que estuda medidas para conter a ação de fundos de pensão de estatais. Esses fundos estariam "reestatizando" o setor siderúrgico.
A taxa-over de juro esteve estável, ontem, projetando acumulado de 1,96% este mês. O mercado acredita que o índice de inflação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas vá cair de 1,62% em abril para 1,3% em maio. A inflação ficando acima de 1% desestimula, também, queda mais acentuada nos juros.
O mercado cambial esteve agitado no início dos negócios com a expectativa de ajuste no câmbio, que acabou não se confirmando.

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