São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Globo requenta personagens de sucesso

THALES DE MENEZES
DA REDAÇÃO

No dia em que precisou combater a estréia de três novelas na emissora rival, a Globo usou todo o repertório acumulado em anos de liderança na teledramaturgia.
Embora inove o formato, com uma novela curta de 35 capítulos, a Globo reúne em "O Fim do Mundo" vários elementos que já garantiram grandes sucessos para a casa.
Todos os personagens mostrados no primeiro capítulo remetem a outros tipos marcantes. A prefeita, a fotógrafa do jornal, a filha rebelde, o peão da fazenda que gosta da filha do coronel, entre outros.
O Tião Socó interpretado por José Wilker lembra os coronéis criados por Lima Duarte e, recentemente, Antonio Fagundes. Apenas trocou o cultivo do cacau pelas plantações de tabaco.
Wilker acaba sendo exemplo do efeito cíclico nas novelas. Seu personagem tem uma filha maluca, que vive em cima do telhado da casa falando com os passarinhos.
Há 25 anos, Wilker se trancava no quarto interpretando o doidão Zelito, filho do poderoso bicheiro da novela "Bandeira 2".
Com esses elementos conhecidos, a trama de "O Fim do Mundo" já mostra no primeiro capítulo algumas diretrizes.
Paloma Duarte, no papel da filha virgem de Tião Socó, parece ser a bola da vez para manter alta a temperatura sexual. Na estréia, uma cena que mostra seus seios e muitos closes de suas coxas.
Quando o vidente Joãozinho de Dagmar (Paulo Betti) tem a visão do fim do mundo, que encerra o primeiro capítulo, a Globo consegue alguns bons efeitos visuais.
Ainda é cedo para um julgamento da novela, já que a reação dos personagens diante do fim do mundo é que vai orientar a trama.
Por enquanto, a Globo mostrou que prefere jogar com tipos que já comprovaram sua eficiência.

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