São Paulo, sábado, 11 de maio de 1996 |
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Indústria local tenta vencer concorrência
JAIME SPITZCOVSKY
O Partido Comunista, através de seu Departamento de Propaganda e do Ministério de Filme, Rádio e TV, busca manter a indústria cinematográfica sob controle. Diretores que queiram evitar a cartilha do governo são obrigados a recorrer a co-produções com financiamento estrangeiro, em geral de Hong Kong ou Taiwan. Mas seus filmes correm o risco de nunca alcançar uma tela em solo chinês se eles tocarem em "assuntos políticos delicados". Por exemplo, questionar a permanência do Partido Comunista. Zhang Yimou, o mais famoso diretor chinês, não conseguiu exibir na China o seu filme "Tempos de Viver", disponível apenas em vídeos piratas. Segundo o governo, a obra, história de uma família chinesa entre os anos 30 e 60, apresenta uma imagem "muito negativa do país". "Shanghai Triad", filme mais recente de Zhang, apareceu nas telas chinesas mas foi eclipsado pelo sucesso das fitas estrangeiras. O governo chinês usa a distribuição de verbas como um dos mecanismos para controlar a indústria cinematográfica. Um dos pontos principais do plano de revitalização do cinema nacional prevê que 5% dos recursos arrecadados com a venda de ingresso alimentem um fundo para financiar novas produções. Enquanto nos EUA o orçamento de um filme de qualidade registra a média de US$ 34 milhões, segundo o jornal "The New York Times", na China uma produção costuma gastar US$ 300 mil. Os candidatos a receber ajuda do governo devem submeter o roteiro do filme aos censores do governo. O governo já adiantou que vai auxiliar apenas "produções que carreguem significado especial". Ding Guangen, chefe do Departamento de Propaganda do PC, traduziu a expressão "significado especial": "Nossos filmes devem oferecer ao público os ideais, a crença e o estilo de trabalho do Partido Comunista". (JS) Texto Anterior: China redescobre prazeres de Hollywood Próximo Texto: Spike Lee brinca com danças e perucas coloridas em 'Girl 6' Índice |
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