São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996 |
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Servidores decidem manter a greve
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA AGÊNCIA FOLHA Os servidores públicos federais permanecem em greve. A decisão foi tomada na tarde de ontem, em Brasília, durante reunião de cerca de 200 representantes do funcionalismo nos Estados.Mas, os diretores das entidades que coordenam a greve já afirmam que a volta ao trabalho pode ocorrer sem a concessão de reajuste salarial pelo governo. Os grevistas reivindicam reajuste de 46,19%. O salário do funcionalismo não aumenta desde janeiro de 1995. O governo se nega a conceder qualquer correção. A Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais vai tentar, nesta semana, audiências com o ministros Luiz Carlos Bresser Pereira (Administração) e Paulo Paiva (Trabalho) para iniciar negociação. "Devido à reação do governo, que está jogando pesado, a nossa estratégia é buscar audiências com os ministros Bresser e Paulo Paiva", disse José Henrique Martini, da coordenação nacional. O Palácio do Planalto decidiu demitir por justa causa quem participou das invasões de prédios públicos na semana passada. Na quinta-feira, as dependências do Ministério da Fazenda em Brasília e em Belo Horizonte, além de duas subestações elétricas de Furnas (no Distrito Federal e no Rio), foram tomadas por grevistas. Em Pernambuco e no Ceará, a decisão sobre a continuidade da greve vai ser tomada na terça-feira. Segundo o sindicato cearense, 30% dos funcionários de 12 dos 35 órgãos federais no Estado mantêm a paralisação. Em Recife (PE), a greve atinge principalmente a Previdência, na qual cerca de 35% dos funcionários aderiram ao movimento, segundo a diretora do sindicato da categoria, Laura Bezerra. Em São Paulo, os 120 auditores fiscais do Tesouro Nacional mantêm a operação padrão na vistoria de bagagens e mercadorias que entram e saem no aeroporto internacional de Guarulhos. A iniciativa tem causado filas no atendimento aos passageiros e atrasos na liberação de cargas. Enquanto o Planalto planeja punir grevistas-invasores, os reitores das universidades federais em greve descumprem deliberadamente o decreto que determina o corte no ponto dos servidores faltosos. A demissão de ocupantes de cargos de confiança que não informarem sobre os faltosos, prevista no decreto, é o principal instrumento de pressão usado pelo Ministério da Administração contra a greve. O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior, Odilon Antonio Marcuzzo do Canto, disse que nenhum reitor pretende cumprir a determinação. Segundo Canto, a atitude dos reitores se baseia em parecer do Colégio de Procuradores das Universidades considera inconstitucional o decreto do governo. Colaboraram a Agência Folha e a Reportagem Local Texto Anterior: Jungmann promete plano para o sul do Pará Próximo Texto: Prevenção funciona em cidades do país Índice |
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