São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996
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Mercado espera queda mais lenta da taxa para investidor

DA REDAÇÃO

Abril foi marcado pela reversão das expectativas sobre a tendência de queda do juro básico da economia. Espera-se, agora, redução mais lenta, embora a meta se mantenha porque este juro pressiona a dívida pública.
Juro básico é aquele monitorado pelo Banco Central dia a dia no overnight, a chamada taxa Selic, seguida de perto pelo CDI (dos empréstimos entre os próprios bancos). As duas são parâmetro do que é pago aos investidores em CDBs, fundos de renda fixa e até poupança.
Para Luís Eduardo de Assis, diretor de investimentos do Citibank, a queda do juro básico "está perto do limite".
Ele lembra que o Imposto de Renda das aplicações é neste ano de 15%, contra 10% em 95. Pequenos e médios investidores também não conseguem as taxas mais altas do mercado.
Não é interesse do governo, diz ele, que mesmo uma parcela do estoque financeiro de US$ 240 bilhões se desloque para o consumo.
"Se houver intenção de estimular a atividade econômica, é melhor mexer no compulsório bancário, pois tem efeito sobre o custo do crédito", afirma Assis, que, entretanto, acha difícil que isso ocorra a curto prazo.
Ele entende que a economia tende agora a reagir um pouco, sem risco de explosão de consumo, por conta, entre outros fatores, do relaxamento das restrições (IOF e prazos) ao crédito ao consumidor.
Alexandre Zakia, executivo do banco BBA Creditanstalt, diz que, ao desapertar o crédito, o governo sinalizou que pretende não tanto baixar o juro básico, mas o custo dos financiamentos, ainda bem elevado (4,50% a 11% ao mês, conforme a linha e o banco, contra 2% no juro-base).
Mas uma redução mais rápida deste custo, afirma ele, passa pela questão da inadimplência, um de seus componentes. Quanto maior o nível do não-pagamento, maior a taxa de risco repassada ao novo tomador de crédito.

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