São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Entidades temem falta de apoio ao programa

DA REPORTAGEM LOCAL

A derrota do projeto que transferia o julgamento de crimes praticados por policiais militares para a Justiça comum despertou suspeitas sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) lançado ontem pelo presidente.
Na opinião da assessora da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, Criméia Almeida, a falta de apoio do governo ao projeto revelou desinteresse pela questão.
Almeida se disse preocupada com o rumo que as coisas vão tomar daqui para frente.
Segundo Helena Pereira dos Santos, presidente do grupo Tortura Nunca Mais, "quando a esmola é muita, o povo desconfia". Disse não estar muito confiante com o programa porque casos antigos ainda não foram resolvidos.
Apesar de decepcionado com o o governo na questão dos crimes militares, James Cavallaro, diretor da Human Rights Watch no Brasil, está otimista com o PNDH. "Mas é importante que o Congresso apóie o programa. Até agora, vimos o contrário", declarou.
"O PNDH é jogo de cena do governo", afirmou Ivan Seixas, da Comissão dos Familiares de Mortos e Desaparecidos.

Texto Anterior: Os dilemas do real
Próximo Texto: Governo vai negar crédito para quem usar escravos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.