São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Para FHC, a riqueza deve ser dividida

Presidente lembra exílio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que os direitos humanos não podem se separar do desenvolvimento.
"Nós já conseguimos, no Brasil, dar largos passos na construção da democracia. (...) Pois bem, nós, agora, temos de avançar mais na consolidação de uma economia capaz de gerar riqueza e de distribuí-la. Essa indivisibilidade também existe".
O presidente aproveitou o discurso de lançamento do Programa Nacional de Direitos Humanos para fazer uma crítica àqueles que reclamam da falta de um programa social em seu governo.
"Os que não percebem isso, os que apenas olham um dos lados, seja o econômico ou o social e humano, se equivocam. É preciso olhar para os dois lados e ver, na interação entre eles, se há espaço para progredirmos ou não, na direção dos valores", disse.
FHC lembrou a sua atuação na luta pelos direitos humanos, desde seus estudos sobre a escravidão até seu auto-exílio no Chile durante o regime militar (1964-1985).
"Aqui, muitos de nós, somos testemunhos diretos, há muito pouco tempo atrás, do que era a ausência da democracia (..). Hoje, parece fato banal termos liberdade. Mas os que foram privados de liberdade sabem que isso não é um fato banal (...). Os que já fomos vítimas de violência sabemos que o recurso ao Estado de Direito é fundamental", afirmou.
Hélio Bicudo
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Hélio Bicudo (PT-SP), afirmou que FHC terá a chance de provar se está mesmo empenhado na questão dos direitos humanos ou se tudo não passa de marketing.
Bicudo é autor do projeto sobre o julgamento de policiais militares pela Justiça comum, alterado pelo Senado na semana passada de forma a manter a Justiça Militar como fórum para julgar PMs.
A Câmara votará novamente a matéria e poderá resgatar o texto original de Bicudo.

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