São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Cerimônia de FHC prioriza estrangeiros

WILLIAM FRANÇA
AUGUSTO GAZIR

WILLIAM FRANÇA; AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Líderes do governo, fora da lista de convidados, não foram ao lançamento do PNDH
O lançamento do Programa Nacional de Direitos Humanos foi uma cerimônia para prestar contas à comunidade internacional.
Houve preocupação em convidar representantes de entidades estrangeiras ligadas ao setor e embaixadores, mas os líderes do governo na Câmara e no Senado, por exemplo, não estavam na lista de convidados e não compareceram.
O marketing de efeito externo não leva em consideração que muitas das medidas previstas no programa dependem da aprovação da Câmara e do Senado.
Só estavam presentes políticos ligados às comissões de minorias.
O deputado Nilmário Miranda (PT-MG), ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, criticou a ausência das lideranças governistas.
Para ele, "os líderes tinham que mostrar o interesse em participar da cerimônia".
Nilmário lembrou que o projeto Hélio Bicudo (PT) -que transfere para Justiça comum os crimes cometidos por militares- foi apoiado pelo governo, mas alterado pelos líderes no Senado.
"O presidente pode contar com a oposição para aprovar projetos de direitos humanos no Congresso. O problema são os partidos do próprio governo", disse Miranda.
Justiça
A lista de convidados, segundo o Cerimonial do Palácio do Planalto, foi feita pelo Ministério da Justiça. A Folha teve acesso a uma listagem de 50 nomes de presenças confirmadas.
Dessas, 12 eram de representantes de embaixadas e 8 de pessoas ligadas a entidades religiosas.
Também a imprensa estrangeira teve tratamento especial. Ficou sentada numa área localizada à esquerda da mesa de FHC.
A imprensa nacional ficou em pé, sobre um tablado de três degraus, entre fotógrafos e cinegrafistas.
A cerimônia foi toda correta do ponto de vista plástico. Todos os convidados ficaram sentados e, para evitar surpresas, o locutor pediu que se desligassem os telefones celulares.
Para mostrar os principais pontos do novo programa, a Secretaria de Comunicação Social preparou uma série de painéis gigantes, com fotos de FHC em ações sociais, acompanhadas de frases de seus discursos.
Também foi montado um vídeo de dez minutos para ilustrar as ações, entremeadas pela fala do presidente durante o dia Sete de Setembro do ano passado.
Segundo Sergio Amaral, secretário de Comunicação, a idéia é usar os painéis e o vídeo na abertura de reuniões ou seminários sobre direitos humanos para difundir as idéias de FHC sobre o tema.

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