São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Africanos chegam clandestinos a SC

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Três africanos do Zaire estão presos na sede da Polícia Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, onde aguardam determinação do Ministério da Justiça para que sejam repatriados.
Eles fugiram do Zaire e viajaram clandestinos no navio Testa Valente, de tripulação indiana, que chegou ao porto de Imbituba (a 90 km de Florianópolis), na semana passada.
Os três foram descobertos ainda durante a viagem. Após a atracação, fugiram do navio.
Eles se instalaram em um barraco, na praia do Rosa, entre Imbituba e Garopaba, onde foram ajudados por vizinhos, que forneceram água e alimentação por alguns dias, até que o grupo fosse encontrado pela polícia.
Os irmãos Alian, 18, e Paby Muntanda, 20, e Tagama Kalundi, 22, primo dos outros dois, falam francês e o dialeto da cidade onde viviam, Matalde, no interior do Zaire.
Eles disseram que fugiram por serem órfãos e porque a situação política e econômica do país é muito instável.
O assessor de imprensa da Polícia Federal, Ildo Rosa, disse que eles não querem voltar para o Zaire e por isso deverão ser repatriados para um centro de triagem supervisionado pelas Nações Unidas, em Johannerburgo, África do Sul.
Rosa afirmou que o Ministério da Justiça precisa autorizar a saída de agentes federais que acompanharão os três até a África do Sul.
A polícia está tomando esse cuidado para se certificar de que eles realmente sairão do país. Mas Kalundi e os Muntanda dizem que também não querem ficar no Brasil. Afirmam que preferem viver em Angola.
Segundo Rosa, quando embarcaram eles pretendiam ir para Angola, mas o navio mudou a rota para pegar um carregamento de açúcar em Santa Catarina.
Embora presos, os três estão "felizes", segundo Rosa. "Eles tentam conversar com o pessoal e são bastante curiosos. Sabem que serão repatriados e estão loucos para andar de avião", disse o assessor de imprensa da Polícia Federal.

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