São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Brasil lançava tropicalismo

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

No Brasil, as coisas andavam mais devagar nos idos de 1966. Os ventos do tropicalismo só começavam a soprar, ainda bastante tímidos, e o acontecimento da hora era mesmo o primeiro disco de Chico Buarque, que vinha com os futuros clássicos "A Banda", "Pedro Pedreiro" e "Olê Olá".
O disco reflete o espírito do ano: era ainda o auge da música de protesto, embora Chico já se esforçasse para sair do padrão.
No padrão vigente encontrava-se Elis Regina. "Elis" era ortodoxo na forma -letras de protesto embalada em arranjos convencionais.
Com esse disco Elis lançou nacionalmente os nomes dos futuros tropicalistas.
Continha "Roda" e "Lunik 9", de Gilberto Gil, "Samba em Paz" e "Boa Palavra", de Caetano Veloso, e duas parcerias de Edu Lobo com o poeta Torquato Neto.
Popularidade
Popular mesmo era Roberto Carlos. Seu disco de 66 -o sexto da carreira- veio com nada menos que seis hits. Sua corte também estava à toda.
A intelectuália desaprovou a turma de Roberto, claro. Mas o tempo mostrou que a inconsequência à Beach Boys de nossa Jovem Guarda teria bem mais vida útil que o maniqueísmo da canção de protesto.
Ainda no caldo da música de protesto, exceções já brotavam. Nara Leão, que despontara bossanovista já procurava novos rumos.

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