São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Peter Greenaway vai lançar três CD-ROMs
DO ENVIADO ESPECIAL A CANNES Peter Greenaway veio a Cannes lançar, fora de competição, "The Pillow Book" (Diário de Cabeceira, em tradução aproximada). Há muito não tinha sucesso similar.Falando ontem à Folha e a três jornalistas europeus, Greenaway não escondia o contentamento e contou que prepara o lançamento de três CD-ROMs. O ponto de partida de "The Pillow Book" é um texto da literatura japonesa que completa mil anos este ano. Greenaway o verteu para o diário de uma jovem que ascende socialmente trabalhando nos bastidores do mundo da moda. Seu grande sonho é tornar-se escritora, como o pai. Precisa dominar a arte japonesa da caligrafia. Para tanto, oferece a pele de seu corpo como rascunho vivo. Depois do aprendizado, escreve os treze livros de sua primeira obra nos corpos de amantes. No filme, Greenaway recorre à multiplicidade de telas simultâneas de textos e imagens, como em "A Última Tempestade". Mas em "The Pillow Book" elas são compostas em séries de janelas de diversos tamanhos. A leitura ganha nitidez sem perder o impacto. * Folha - O senhor pensava nos escritos de Eisenstein sobre o ideograma e o cinema quando planejou "The Pillow Book"? Peter Greenaway - É o mesmo tipo de montagem por associação. Mas Eisenstein escreveu sobre colocar uma imagem após a outra, para criar um sentido maior. No meu filme temos por vezes três imagens num mesmo plano. Folha - Por que "The Pillow Book" não está concorrendo? Greenaway - Acho que é visto como experimental demais. Considero que é um dos meus filmes que mais diretamente se oferece ao espectador. Folha - Quais CD-ROMs o senhor está preparando? Greenaway - São três. O primeiro chama-se "Alegorias" e desenvolve toda a "imagerie" dos personagens secundários de "A Última Tempestade" (Prospero's Books, 1991). O segundo será realizado com meu próximo filme, que vai se chamar "Tulse Luper Suitcase" (A Mala de Tulse Luper). Vou desenvolver o projeto para cinema, CD-ROM e Internet. O terceiro CD-ROM trabalha as articulações entre arquitetura e cinema. Texto Anterior: Filme inglês provoca furacão em Cannes Próximo Texto: Brasil 1; Brasil 2; Brasil 3; Os 10 Mais; Fantasma Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |