São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Visibilidade e pesquisa

LUIZ CAVERSAN

Rio de Janeiro - A estratégia do prefeito César Maia de transformar a cidade num canteiro de obras nos dois últimos anos de mandato deu certo.
A reforma que ele promove nas ruas e calçadas, apesar de estar enlouquecendo a todos, é apontada por pesquisa realizada pelo Datafolha no final do mês passado como a atividade mais bem-sucedida da administração.
Depois de acumular alegado US$ 1 bilhão em caixa nos primeiros anos de governo, Maia iniciou em 95 um plano de obras que se espalhou por nada menos que 17 bairros do Rio, simultaneamente.
O resultado imediato não poderia ser outro: transtornos para os moradores, o comércio e, principalmente, o trânsito.
Entretanto, não há dúvida quanto à visibilidade da ação da prefeitura. Nos pontos mais movimentados sempre se encontram os tapumes com a inscrição Rio-Cidade -nome do projeto de reurbanização, que inclui recapeamento, mudanças nas calçadas, jardins e iluminação pública.
Embora a pesquisa não tenha aferido os "efeitos colaterais" da ação da prefeitura, estes são reconhecidos pelos próprios envolvidos com as obras.
Tanto semana passada foi lançado um "manual de sobrevivência" para quem fica diariamente retido no caos de automóveis que hoje predomina nas principais vias públicas do Rio.
Mas a pesquisa revela que a reforma urbana é a única atividade de César Maia a ser positivamente notada por um número expressivo de cidadãos (26% dos entrevistados).
Um total de 22% afirmou que a prefeitura não está se saindo bem em nenhuma área e 24% não souberam responder se há um setor em que a administração municipal está sendo bem-sucedida.
A pesquisa aponta também qual seria o principal problema do Rio. 19% dizem que é a violência -que é de responsabilidade do Estado-, mas 10% apontam o trânsito, que parou com o Rio-Cidade.

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