São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996
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Senador quer vincular dinheiro obtido na venda da Vale a obras

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Comissão de Serviços de Infra-estrutura do Senado, José Agripino (PFL-RN), já tem uma proposta para tentar evitar a aprovação do projeto que submete a privatização da Companhia Vale do Rio Doce à prévia autorização do Congresso.
A proposta de Agripino é que a comissão elabore outro projeto (substitutivo), determinando que os recursos obtidos com a venda sejam aplicados em investimentos de infra-estrutura, como construção de estradas, ferrovias e instalações de energia elétrica.
Em troca, o governo ficaria liberado para privatizar a Vale, sem consultar o Congresso.
"A privatização deve render ao governo cerca de R$ 5 bilhões. Isso é mais do que o Orçamento da União contempla este ano para investimentos", disse Agripino.
Para ele, a vinculação dos recursos obtidos com a venda da Vale daria "pragmatismo" à privatização. Sua proposta sugere que o Senado faça a relação dos projetos nos quais o governo teria que investir.
O líder do PT no Senado, José Eduardo Dutra (SE), autor do projeto que condiciona a venda da Vale à autorização do Congresso, disse que proposta de Agripino é "conversa para boi dormir".
Segundo Dutra, o que o presidente da comissão está tentando é "acabar com a resistência do Senado à privatização da Vale".
A idéia de Agripino é "esdrúxula", segundo Dutra, porque "não há como carimbar o dinheiro. Ele vai para o Orçamento, e o governo é que define sua aplicação".
Agripino disse que vai indicar hoje o relator do projeto de Dutra, iniciando as negociações com o governo e com a oposição para solucionar o impasse. Segundo ele, a comissão tem condições de apresentar o substitutivo em dez dias, "se correr".

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