São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996
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FHC quer reduzir R$ 2 bi com servidores

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso determinou uma redução de 5% nas despesas de R$ 41,7 bilhões com pessoal este ano.
Ou seja, será necessário reduzir em R$ 2 bilhões essas despesas. Por isso, o governo está estudando uma série de medidas que podem ser adotadas nos próximos meses.
A Folha apurou que são duas as principais propostas em estudo pela equipe econômica e pelo Mare (Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado).
O governo quer criar uma nova jornada de trabalho de quatro horas com redução de salário e adotar um programa de demissão voluntária dos servidores federais.
O programa de demissão voluntária ainda não está fechado, mas a previsão do governo é obter a adesão de 40 mil servidores (aproximadamente 7% do total de 565 mil servidores públicos federais).
Se essas pessoas aderirem ao programa, pode haver uma economia anual de R$ 624 milhões.
A maior redução, porém, viria da criação de uma nova jornada de trabalho de quatro horas em alguns ministérios.
A nova jornada seria opcional e haveria redução de salário para quem optasse por trabalhar menos. O governo estima uma economia de R$ 1 bilhão.
Também estão sendo estudados o fim de horas extras, que geraria economia mensal de R$ 40 milhões, e da substituição de servidores em férias ou a trabalho no exterior (sem economia estimada).
A secretária-executiva do Mare, Cláudia Costin, disse que "ainda não há uma decisão sobre o programa de demissão voluntária". A Folha apurou que o programa deve ser anunciado em dois meses.
Bresser
O incentivo à demissão voluntária e as outras medidas para cortar despesas não têm a oposição do ministro Luiz Carlos Bresser Pereira (Administração), mas não conta com seu entusiasmo.
Bresser avalia que o governo deveria centrar esforços na votação da reforma administrativa e que essas outras medidas, além de gerar despesas a curto prazo, podem desviar a atenção do principal. Mas a equipe econômica já não aposta que a reforma saia este ano.
Colaborou a Sucursal de Brasília

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