São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996 |
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Família acusa PM de matar ajudante
RENATO KRAUSZ
O espancamento teria acontecido às 19h30 de sábado, na porta da casa de Antônio, na Vila Souza (zona norte de São Paulo). O ajudante morreu no domingo à noite. Devido a demora na equipe da perícia, da Polícia Civil, o corpo só foi levado para análise pelo IML (Instituto Médico Legal) após cerca de 24 horas. Segundo a família, Antônio saiu do trabalho no sábado e foi a um bar. Ao chegar em casa, começou a discutir com sua mãe, Maria Elias, 72. "Ele só bebia nos fins-de-semana, mas nunca agrediu ninguém", disse Juracy Pereira de Melo, irmã de Antônio. Vendo o filho bêbado, Maria pediu a dois PMs que passavam pela vizinhança para ajudar. Houve discussão. A família admite que Antônio xingou os PMs. Omissão de socorro Os policiais, então, teriam derrubado o ajudante e dado vários chutes em sua cabeça. Os PMs nem sequer teriam socorrido Antônio, que ficou desmaiado. Ele foi levado para o Hospital Vila Nova Cachoeirinha pela esposa, Conceição Leite. A família também acusa o hospital de negligência. "Ele passou a noite em observação e foi dispensado domingo de manhã", disse a irmã Juracy. Durante o dia, segundo a esposa, Antônio passou mal. "Ele disse, à noite, que me amava e falou pra eu dormir. Acordei às 5h de segunda-feira com ele já morto. Mas ele deve ter morrido durante a noite.", diz Conceição. Queixa A família deu queixa no 72º distrito policial, que registrou boletim de ocorrência sobre o caso. Como a perícia demorou, o carro do IML passou quatro vezes sem poder levar o corpo, que só foi retirado às 23h50 de anteontem. Segundo os parentes e os vizinhos, Antônio era "trabalhador" e muito querido no bairro. "Ele era diretor do nosso time, o Alvenegro", disse o vizinho Laerte dos Santos. (RENATO KRAUSZ) Texto Anterior: Vendedor tenta matar 5 membros da família Próximo Texto: 'Policiais foram afastados' Índice |
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