São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996
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Demissões depois da reforma

FERNANDO RODRIGUES
Brasília - O ministro da Administração, Luiz Carlos Bresser Pereira, avisa que o programa de demissões voluntárias para funcionários públicos está em discussão "há mais de um ano".
Mas que isso só poderá ser implementado depois da reforma administrativa, "para não atrapalhar a discussão".
O programa de demissões voluntárias de funcionários públicos é visto apenas como mais um instrumento para reforma do Estado. Não é o único, nem o principal.
Sobre esse assunto, Bresser tem ouvido as opiniões de uma especialista na área, Victoria Bloch. Sócia de uma consultoria paulista, Bloch ajudou na formulação dos planos de demissão voluntária do Banco do Brasil e do governo do Rio Grande do Sul.
Embora na esfera federal a discussão esteja incipiente, é bom analisar os exemplos citados para saber que tipo de modelo poderá ser adotado.
O BB especificou uma categoria de funcionários para participar do programa. Dos 120 mil empregados, apenas 55 mil puderam se inscrever. Desses, 13,8 mil saíram do banco no ano passado.
No Rio Grande do Sul, todos os funcionários puderam participar. Até o início desta semana, cerca de 11 mil estavam inscritos. Isso representa aproximadamente 10% do pessoal.
A regra básica é oferecer como prêmio um salário para cada ano trabalhado, além de todos os direitos normais em demissão imotivada.
Uma dica aos interessados: Bresser vê com mais simpatia a fórmula que restringe o leque de funcionários que possam se inscrever.
"O importante é adotar o programa dentro de um plano mais amplo de mudança gerencial. Sem isso, fica restrito a demissão de pessoal", diz a consultora Victoria Bloch.
O plano mais amplo citado por Bloch é a reforma administrativa. Que o governo e as lideranças no Congresso prometem aprovar logo. Mas ninguém sabe ao certo quando.

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