São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996 |
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Santos tenta resolver disputa por cargos
LUCIO VAZ
Seguindo uma recomendação do presidente Fernando Henrique Cardoso, Santos não fará uma distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões por atacado. O governo está convicto de que o loteamento a conta-gotas é mais eficiente. Desde o início do governo, o cronograma da entrega dos cargos vem seguindo ao calendário de votações no Congresso. O lotamento das teles (subsidiárias da Telebrás), por exemplo, foi feito em retribuição à aprovação das emendas constitucionais sobre petróleo e telecomunicações. Para aprovar a reforma da Previdência, o governo lançou mão da sua reserva no segundo e terceiro escalões. Procurou agradar aos parlamentares governistas dissidentes, principalmente do PMDB. Santos já recebeu do secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge, os disquetes e os documentos impressos (uma pilha de meio metro de altura) com os cargos, os nomes dos indicados e quem fez as indicações, o chamado "QI" (quem indica). Urgências O ministro de Assuntos Políticos já sabe que as disputas mais acirradas ocorrem no Acre e Maranhão. No Acre, cinco deputados do PFL exigem a Superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para manter apoio ao governo. Os deputados do PFL queixam-se de que os 30 cargos federais no Estado estariam nas mãos dos senadores do PMDB, Flaviano Melo e Nabor Junior. Eles argumentam que o Incra passará a ter poder de fogo, porque o Ministério da Política Fundiária passará a ter mais verbas. No Maranhão, os sete deputados do PFL afirmam que os quatro do PSDB, liderados por Jayme Santana, teriam conseguido ocupar espaço maior no loteamento do segundo e terceiro escalões. Outro caso urgente está no Espírito Santo. O deputado Adelson Salvador (PMDB) está cobrando a nomeação de um afilhado para a Fundação Nacional de Saúde. Salvador teria recebido a promessa do cargo após retirar o seu nome da lista que pedia a abertura da CPI dos Bancos. A liderança do governo na Câmara teria conseguido retirar o nome de 36 deputados aliados desta lista. Também há reclamações generalizadas de governistas em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Os governadores destes Estados, todos tucanos, teriam favorecido o PSDB no loteamento de cargos federais. (LUCIO VAZ) Texto Anterior: Câmara mantém privilégio Próximo Texto: Marco Maciel articula acordo entre líderes do PSDB e do PFL Índice |
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