São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996
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Ausência de comprador impede venda da Ceagesp

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Fracassou o leilão de privatização da Ceagesp, realizado ontem na Bolsa de Valores de São Paulo. Não apareceu comprador. Não há data para o próximo leilão.
O preço pedido pelo governo paulista foi de R$ 65 milhões, em dinheiro. Além disso, o comprador ficaria com uma dívida de R$ 180 milhões que a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais) tem com o Banespa.
Por esse preço, fixado em avaliações das consultorias Trevisan e Ernest & Young, o comprador levaria o entreposto da capital, situado na zona oeste, mais 12 Ceasas no interior e 60 armazéns.
O secretário de Planejamento de São Paulo, André Franco Montoro Filho, disse que havia recebido pedidos de adiamento do leilão, feitos por grupos interessados.
Eles alegavam que precisavam de mais tempo para compor consórcios. "Agora, terão esse tempo", comentou Montoro, que não tinha base legal para adiar o leilão.
O governo paulista não pode mexer no preço. Mas os interessados podem negociar com o Banespa, para obter melhores condições de amortização da dívida.
Essa dívida aumenta R$ 3,5 milhões por mês, por conta dos juros, que não estão sendo pagos. Além disso, o governo paulista coloca R$ 1,5 milhão por mês para cobrir despesas correntes da companhia.
A renda vem de taxas e aluguéis cobrados dos permissionários que mantêm boxes nos entrepostos.
Nessas condições, o negócio despertou o interesse de construtoras, como Camargo Corrêa, Cyrella e grupo Monteiro de Barros.
A idéia era desativar o entreposto da capital, instalado ao lado da valorizada avenida Gastão Vidigal, para erguer ali empreendimentos imobiliários.
O comprador pode fazer isso 18 meses depois da compra.
Isso suscitou a reação dos sindicatos de funcionários e dos permissionários, que estavam procurando apoio dos bancos Pactual e BCN para entrar no leilão.
Aparentemente, outros grupos desistiram do leilão por causa de pressões dos sindicatos. Nos próximos dias, a comissão de privatização se reunirá para decidir os próximos passos.
A Ceagesp continua em processo de privatização, disse o vice-governador Geraldo Alckmin.

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