São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996
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Promotor diz que há mais 2 envolvidos

Para o MP, caso não está encerrado

CRISTINA RIGITANO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O promotor José Muiños Piñeiro Filho, do 2º Tribunal do Júri do Rio, afirmou ontem à tarde que há pelo menos mais duas pessoas envolvidas na chacina da Candelária.
"Por intermédio delas poderemos chegar a outros envolvidos. O Ministério Público não terminou sua apuração", disse Piñeiro.
Segundo Piñeiro, um dos envolvidos teria participado da matança dos oito menores, no dia 23 de julho de 1993, no centro do Rio.
Piñeiro não quis adiantar os nomes. Ele pode entrar com pedido de prisão preventiva ainda hoje.
Os nomes dos dois envolvidos serão anunciados hoje à tarde na DDV (Divisão de Defesa da Vida). "São dois civis", disse ontem o delegado Jorge Serra, da DDV.
Serra disse ainda que as investigações chegaram aos dois envolvidos por meio de novas pistas e do depoimento de Marco Aurélio Alcântara, um dos réus confessos.
Piñeiro disse também que nenhum dos outros 15 suspeitos foi excluído das investigações.
O promotor afirmou que os réus Cláudio Luiz dos Santos, Jurandir Gomes de França e Marcelo Ferreira Cortes, libertados nesta semana, não foram inocentados.
Segundo o promotor, o MP pediu que os três réus aguardassem o julgamento em liberdade, devido às denúncias dos réus confessos Alcântara e Nelson Cunha. O promotor disse que Carlos Liaffa e Nilton Oliveira foram soltos porque as provas eram insuficientes. "Mas ninguém foi afastado."
Piñeiro fez um desagravo ao advogado Fernando Fragoso. Segundo ele, a presidente do CBDDCA (Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente), Cristina Leonardo, teria criado um constrangimento para Fragoso, ao afastá-lo anteontem da assistência de acusação.
"Fragoso é merecedor de respeito. Não vou permitir que o chamem de incompetente. Ele foi impedido de provar que tem razão."
Fragoso era advogado de Wagner dos Santos, principal testemunha do caso. Ao tomar conhecimento da libertação dos três réus, Wagner se sentiu desprestigiado, pois tinha reconhecido um deles.

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