São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996
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Procurador pede ao BC dados do Proer

Objetivo é investigar Nacional

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador da República José Leovegildo Morais pediu ontem à Justiça Federal informações do Banco Central sobre a origem dos recursos do Proer, programa oficial de assistência aos bancos.
Esse é o segundo pedido de informações do procurador na ação popular movida contra o Proer pelo presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ricardo Berzoini, em novembro de 1995.
O BC não respondeu ao primeiro pedido. O procurador justificou o novo pedido, informando que o balancete do BC, no final de 1995, apontava que só haveria R$ 6 bilhões para o Proer.
No entanto, informações prestadas à Justiça pelo presidente do BC, Gustavo Loyola, afirmam que há R$ 42 bilhões disponíveis para o programa. Até agora, o Proer já liberou cerca de R$ 10 bilhões.
Os recursos, segundo Loyola, seriam de depósitos compulsórios, oriundos dos bancos.
Na avaliação de Morais, o valor do balancete não viabilizaria o empréstimo de R$ 5,89 bilhões feito para financiar a incorporação do Nacional pelo Unibanco.

Improbidade O BC disse que as informações solicitadas serão prestadas à Justiça. Ontem, a Procuradoria recebeu informações do BC solicitadas sobre a crise do Nacional e sua transferência para o Unibanco.
Elas poderão servir para a Procuradoria mover ação de improbidade administrativa contra o BC, por não ter feito a liquidação extrajudicial do Nacional.
Em vez disso, o BC submeteu o Nacional ao Raet (Regime de Administração Especial Temporária), evitando fechar suas agências.
Na avaliação dos procuradores, a liquidação seria mais acertada -a situação do Nacional era "insolúvel" desde outubro de 95, segundo depoimento de Loyola no Senado.
Com base nos documentos enviados pelo BC, a procuradoria quer saber sobre a validade dos títulos públicos dados como garantia para se efetivar a transação.

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