São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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Convênio pode ampliar o Terra Solidária

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM IGUARAÇU

Em Iguaraçu, no norte do Paraná, o projeto Terra Solidária faz com que fazendeiros cedam terras por dois anos para bóias-frias cultivarem algodão, sob patrocínio da prefeitura. Quando retorna aos fazendeiros, a terra está renovada para a criação de gado.
O prefeito de Iguaraçu (460 km a noroeste de Curitiba), João Batista Beltrame (PTB), 43, espera a assinatura de convênio com o Ministério da Agricultura para ampliar o projeto, implantado há três anos.
No projeto, cada família de bóia-fria trabalha um módulo de 1,5 hectare, aumentando a renda familiar. Uma área de produção coletiva gera recursos para um fundo comum, aplicado na compra de insumos.
Na safra 95/96, as 30 famílias envolvidas no projeto tiveram um rendimento médio de R$ 600 durante o ciclo do algodão, cuidando da cultura fora do horário de trabalho como bóia-fria.
Beltrame espera assinar convênio com o Ministério da Agricultura até junho. Assim, o Ministério irá repassar dois tratores, implementos e um caminhão para o município -num total de R$ 168 mil.
Segundo Beltrame, a promessa foi feita pelo então ministro José Eduardo Vieira, após reportagem sobre o projeto ter sido publicada na Folha, em 26 de fevereiro.
"Na última quarta-feira, recebi a confirmação de que o convênio será assinado", afirmou Beltrame.
Segundo o prefeito, a partir do convênio o Terra Solidária deverá ter 80 famílias integradas em 1996.
Para 97, existe a oferta de fazendeiros do município de cederem 170 hectares para o projeto.
Caso não consiga os recursos, Beltrame disse que manterá apenas as 30 famílias. Para fugir de "ingerências políticas", Beltrame e o Conselho Municipal de Solos (órgão composto por fazendeiros, comerciantes e integrantes da sociedade local) estão transformando o projeto em fundação.

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