São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996 |
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MCM vê reativação no 2º semestre
ANDRÉ LAHÓZ
"Em primeiro lugar, a taxa de juros já caiu bastante, embora ainda esteja alta", afirma o economista Dany Rappaport (veja tabela acima). O crédito também está mais acessível, após as medidas recentes adotadas pelo governo. A maior competição por parte de bancos e empresas deve baratear o crédito. A renda da agricultura deve aumentar em US$ 6,3 bilhões com a recuperação dos preços agrícolas. Isso tem impacto sobre a economia do interior. Segundo Rappaport, outro ponto é o fato de a massa salarial estar sendo mantida, apesar do desemprego crescente. "Do ponto de vista da demanda, a massa salarial não está sendo um fator restritivo", diz. A receita adicional do salário mínimo, além de aumentos nas datas-base, também terão algum impacto. O resultado pode ser visto no gráfico acima. A taxa de juros vem caindo, enquanto as vendas do comércio, descontado o efeito sazonal, já estão reagindo. "Mas isso ainda é muito tênue. Os dados de abril e maio mostram um desempenho fraco. A reativação deve ser no segundo semestre", afirma Adilson. Como efeitos restritivos, Rappaport diz que a inadimplência continua alta. Balança Para ele, a esperada reativação trará considerável déficit na balança, especialmente pela pressão dos bens de consumo. Celso Toledo, da MB Associados, discorda. "Os bens de consumo representam cerca de 20% da pauta de importação. A maior parte são equipamentos, insumos e bens intermediários", diz. Para Rappaport, um déficit de US$ 2 bilhões é facilmente financiável. "O déficit da conta de serviços é muito maior." Nenhum dos economistas ouvidos pela Folha acredita que o governo fará qualquer mudança na política cambial. (ALz) Texto Anterior: Retomada do crescimento deve pressionar a balança Próximo Texto: Mergulho no escuro Índice |
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