São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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Bahema investe em fast food e fatura R$ 60 mi

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Alceu Amoroso Lima, um dos mais prestigiados intelectuais católicos brasileiros deste século, agia quase como se tivesse feito voto de pobreza.
Desprezava assuntos financeiros e não gostava de conversar sobre dinheiro, especialmente à mesa, nas refeições com a família.
Ele mesmo gostava de contar que tinha sido um péssimo empresário, quase levando à falência uma empresa do setor têxtil.
Alguns dos seus netos não herdaram essas características. Três dos netos de Alceu Amoroso Lima comandam hoje um grupo empresarial, a Bahema, que faturou cerca de US$ 60 milhões no ano passado.
Guilherme Affonso Ferreira, o mais velhos dos netos, acha que o avô (que morreu em 83) ficaria contente com o crescimento do grupo porque respeitava quem trabalhava corretamente.
Além disso, o grupo Bahema se orgulha de manter uma política de valorização dos direitos dos trabalhadores, algo que teria o aplauso do avô, acredita Ferreira.
O grupo atua em áreas bem diversificadas, entrou recentemente no setor de fast food e investe em atividades agropecuárias.
Início Foi o pai de Guilherme, Afrânio, quem deu início ao grupo, ao formar uma empresa de equipamentos de terraplenagem em Campinas (SP).
Em 1953, quando a Petrobrás descobriu petróleo na Bahia, ele foi para Salvador tentar vender equipamentos para a estatal.
Acabou abrindo uma revendedora da Caterpillar (tratores e equipamentos para construção de estradas).
Até hoje a sede do grupo é em Salvador. No ano passado, cerca de 50% do faturamento da Bahema veio da revendedora.
A Baehma tem outra face, de participações em outros grupos. Hoje, detém 7% da holding que controla o Unibanco e 12% na Manah (fertilizantes).
Nos dois casos, conta Guilherme Ferreira, a decisão de investir nesses grupos foi tomada com base em razões mais sentimentais do que puramente comerciais.
O primeiro emprego do pai de Guilherme foi em uma revendedora da Caterpillar de propriedade do embaixador Walter Moreira Salles, fundador do Unibanco.
E o fundador da Manah foi um ótimo estudante na Escola de Agronomia Luiz de Queiroz, em Piracicaba, onde Afrânio estudou.

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