São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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Crise bancária dá espaço a cursos de análise de risco

CLÁUDIA MATTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A quebra de bancos como o Econômico e o Nacional causou apreensão e até desespero entre correntistas, mas tornou mais rentável o ramo de cursos de análise de risco de instituições financeiras.
A empresa Top Line Eventos, especialista em cursos para executivos nas áreas econômica e administrativa, lançou na semana passada um novo produto, o curso "Como as Empresas Podem Analisar o Risco dos Bancos", que será ministrado pelo economista Alberto Borges Matias, 39, da USP.
Além da análise de risco de instituições financeiras, o programa do curso tem ainda tópicos sobre o desenvolvimento, acompanhamento e análise do painel de indicadores dos bancos.
Dentro do principal tópico, a análise de riscos, estão incluídos temas como estrutura de capitais, qualidade dos ativos, formação de resultados, insolvência bancária no Brasil e o papel das auditorias e seus limites operacionais.
Mário Fraga, 36, presidente da Top Line, disse que a inspiração para a inclusão do curso nas opções oferecidas veio com os casos Econômico e Nacional.
"Antigamente, os bancos é que analisavam as empresas para decidir se as queriam como clientes. Agora as empresas é que têm de analisar cuidadosamente os bancos com os quais vão trabalhar", disse Fraga, um engenheiro químico há 13 anos na área de cursos.
Muda o perfil
O curso em si não é uma novidade para Matias, professor da USP, diretor de duas consultorias especializadas em crédito de risco e diretor do Ibef (instituto Brasileiro de Executivos Financeiros).
Há dez anos ele trabalha com o tema e já preparou 15 versões do curso. O que mudou nestes dez anos foi o perfil de seus alunos.
Antes, os alunos eram das próprias instituições bancárias. Agora, os empresários começam a se interessar pelo tema.
"Desde meados do ano passado, quando houve a quebra do Econômico, a procura pelo curso praticamente dobrou", disse Matias.
"A análise de risco é uma prática quase que obrigatória na Europa e nos Estados Unidos. Os recentes problemas havidos com a quebra de bancos no exterior e no próprio Brasil têm reforçado esta indicação", disse José Luiz de Attayde, diretor da JLA.

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