São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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"Micos" custam menos e têm venda demorada

HENRIQUE SKUJIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O comerciante de carros Toninho Neto tem um Logus CLi 1.8 em sua loja há quase dois meses.
Desde março, quando comprou o carro, o lojista não consegue revendê-lo. "O carro encalhou", afirma o comerciante.
Ele chegou a pedir R$ 12 mil pelo Logus, depois baixou para R$ 11,8 mil e para 11,2 mil. "Se alguém chegar com R$ 10,8 mil na mão, leva o carro", garante.
O Logus não é um caso isolado. Vários carros são considerados "micos" pelos lojistas do setor de veículos usados, que evitam comprá-los e encontram muita dificuldade para revendê-los.
"Um 'mico' chega a ficar dois meses parado na loja", afirma César Batista, dono de uma revenda de carros usados na zona norte de São Paulo. O giro normal de um veículo não passa de 20 dias.
Segundo os lojistas, não há uma regra que defina um "mico". Mas há, no mercado, uma aversão por modelos prestes a sair de linha e por carros movidos a álcool.
Quatro portas
Além disso, o mercado mudou. O consumidor de hoje prefere o carro quatro portas ao modelo duas portas.
"As versões duas portas do Opala Diplomata, da Elba e do Tempra são verdadeiros 'micos'. Ninguém quer", diz Batista.
Para ele, a marca Volkswagen tira um pouco do "mico" de qualquer carro. "O Logus e o Apolo são carros difíceis de ser vendidos, mas a marca VW os ajuda."
Já os usados da Ford estão em baixa. Júlio Ribeiro, vendedor de uma loja na região central de São Paulo, diz que apenas o "popular" Hobby 1.000 tem boa procura. "Já o Versailles encalha fácil."
Importados
Com o aumento da oferta de carros importados usados, o mercado começa a mostrar os "micos" estrangeiros.
Entre os citados pelos lojistas, estão os russos da Lada, os Hyundai, da Coréia, a picape Mitsubishi L-200, o francês Renault 21 e o Tipo duas portas, que não é mais produzido na versão nacional.

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