São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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Reivindicações são "espúrias", diz ACM

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) classificou ontem de "espúrias" as reivindicações das bancadas ruralista e mineira da Câmara dos Deputados em relação à MP (medida provisória) do Banco do Brasil e cobrou resposta negativa do governo Fernando Henrique Cardoso.
Em virtude do acordo com ruralistas, o presidente reeditou a MP retirando quatro artigos que criavam dificuldades para os ruralistas e previam até a prisão civil dos armazenadores que desviam estoques oficiais.
A bancada mineira quer que o BB reembolse a construtora Mendes Jr. pelos prejuízos que teve ao se retirar do Iraque durante a guerra com o Irã, nos anos 80.
Para ACM, o governo não pode ceder. Na sua opinião, "é natural que o presidente Fernando Henrique Cardoso lute para ter maioria no Congresso, mas ele não pode ter medo de político".
O senador disse que as exigências dos ruralistas e mineiros "afrontam o interesse do país".
"Existem propostas que não são decentes. São espúrias e não serão aceitas pelo governo. E também terão o repúdio de vários parlamentares", afirmou o senador.
Banco Econômico
Ele disse que fazia as críticas "com a autoridade de quem foi contrariado no caso do Banco Econômico e continuou apoiando o governo".
Desde a intervenção do Banco Central no Econômico, em agosto de 95, ACM buscou uma solução.
A solução veio com a compra do banco baiano pelo grupo Excel, em abril deste ano. Ele acha que a solução demorou muito e foi menos vantajosa do que o acordo feito para salvar o Banespa.
Para ACM, é obrigação do presidente ouvir as reivindicações dos parlamentares, mas isso não significa "ceder quando o pleito contraria o interesse do país".
"O governo tem que reagir quando achar que o pleito não pode ser aceito. E, se as reformas constitucionais não forem aprovadas por causa disso, o governo deve dizer à nação de quem é a responsabilidade pela derrota", disse.

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