São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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Fatos negativos prejudicam, diz Planalto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O porta-voz da Presidência da República, Sergio Amaral, atribuiu ontem a queda de popularidade do governo em São Paulo a um "conjunto de notícias desfavoráveis ao governo e ao país".
Amaral citou como fatos negativos o massacre dos sem-terra no Pará, o desemprego, os problemas com a reforma agrária e, até mesmo, assuntos municipais, como a greve de ônibus na capital paulista.
Segundo o Datafolha, atualmente, 25% dos paulistanos consideram ótimo/bom o governo de Fernando Henrique Cardoso. Em março, essa taxa era de 38%.
"É importante dizer que uma pesquisa isolada em uma cidade não faz uma tendência nacional", afirmou Amaral.
Segundo ele, os levantamentos do governo, feitas pelo Ibope, mostram uma oscilação negativa de 3% da aprovação do governo, que se tem mantido desde o início do ano passado entre 40% e 44%.
"O governo acompanha as pesquisas e nota variações que não são preocupantes", disse. Para ele, "ainda não há uma tendência de queda na aprovação".
Exigente
O porta-voz afirmou que a sociedade está sendo "exigente" ao atribuir notas baixas ao desempenho do governo em áreas como combate ao desemprego e controle da inflação.
Amaral se referia a pesquisas do Vox Populi, publicadas anteontem no "Jornal do Brasil".
"A avaliação setorial é diferente da avaliação geral do governo e do presidente da República", disse.
Segundo ele, não há atraso do governo na melhoria da área social. "As reformas feitas na área de educação e saúde, por exemplo, demoram a surtir efeito", afirmou.
A mesma opinião tem o ministro das Comunicações, Sérgio Motta.
Em Londres, onde está para apresentar o plano do governo para a abertura na área de telecomunicações, disse: "Se você perguntar se as pessoas estão satisfeitas com a educação, é claro que não haverá resposta positiva. O projeto é para uma geração".

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