São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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CV participou do megarroubo de São José

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A organização criminosa carioca CV (Comando Vermelho) participou do roubo de R$ 6 milhões da empresa de transporte de valores Protege, em São José dos Campos (SP), segundo um dos acusados do crime, que foi preso e confirmou a participação do CV.
José Roberto Soares de Souza, 37, o "Beto", teria liderado o assalto. Beto confessou o crime. Entretanto, disse que era um dos 15 membros do grupo e não o líder.
"Meus amigos cariocas me incluíram nessa empreitada. Todos eram do Comando Vermelho."
O roubo começou na noite de 6 de abril passado. A quadrilha invadiu a casa do gerente da Protege em São José dos Campos, Mário César Trilha.
Na manhã do dia seguinte, oito ladrões com uniformes de vigilantes foram com o gerente até a empresa. Outros ficaram mantendo a família de Trilha como refém.
O grupo roubou R$ 3 milhões em dinheiro e o restante em cheques. Cerca de 15 homens participaram do assalto, o maior no país desde a adoção do real, em junho de 1994 (leia texto abaixo).
Segundo o delegado Alberto Pereira Matheus Junior, 32, da Delegacia de Roubo a Banco, a polícia descobriu Beto por causa do modo como o roubo foi feito. "Geralmente, ele faz reféns em seus roubos", disse.
O acusado era procurado pela Justiça, estava condenado a 70 anos de prisão por roubos a bancos e a carros-fortes e havia fugido da prisão.
Beto foi localizado na semana passada em um conjunto residencial da Cohab em Carapicuíba (Grande São Paulo).
Ele estava na casa de uma tia. Dois dias depois, a polícia prendeu seu irmão: Delalíbria Soares de Lima, 35, também suspeito de participar do crime. Lima negou sua participação. Ele foi detido quando foi visitar o irmão preso.
A polícia manteve a prisão dos dois em sigilo por três dias, pois esperava pegar outros acusados.
Aluguel
Segundo o delegado, o grupo teria alugado uma casa em São José dos Campos por quatro meses. O imóvel foi a base da quadrilha.
Outros 12 membros do grupo já estariam identificados pela polícia -entre eles Carlos José da Silva, 31, o "Carlinhos Carioca", que teria sido reconhecido por fotografia pelos funcionários da Protege.
Carlinhos estaria no Rio de Janeiro com outros seis membros cariocas do grupo. Os outros suspeitos seriam paulistas.

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